Linguistica - Português

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Exônimo

( 'externo' + 'nome') É um nome pelo qual um nome próprio é conhecido em outra língua que não aquela(s) falada(s) nativamente. Em outras palavras, Es são nomes estrangeiros para nomes próprios, especialmente para topônimos, ou seja, nomes de lugares ou feições geográficas. Por exemplo, os nomes Londres, Moscou/Moscovo e Pequim são Es em português respectivamente para as cidades de London, Москва (Moskva) e 北京 (Běijīng), cujos originais estão em inglês, russo e chinês. Ainda mais especificamente, Москва pode ter as formas exonímicas Moscou em português brasileiro e Moscovo em português europeu. Há basicamente os seguintes tipos (ou subcategorias) de exônimos: - Os exotopônimos - traduções e adaptações de nomes de lugares - Os exantropônimos - traduções e adaptações de nomes de pessoas - Os (exo)etnônimos - traduções e adaptações de nomes de povos e nacionalidades - Os heteroglotônimos - traduções e adaptações de nomes de idiomas e dialetos

Tautologia

("dizer o mesmo") É na retórica, um termo ou texto que expressa a mesma ideia de formas diferentes. Como um vício de linguagem pode ser considerada um sinônimo de pleonasmo ou redundância. A origem do termo vem de do grego que significa "o mesmo", mais logos, que significa "assunto". Portanto, é dizer sempre a mesma coisa em termos diferentes. Em filosofia e outras áreas das ciências humanas, diz-se que um argumento é deste tipo quando se explica por ele próprio, às vezes redundante ou falaciosamente. Por exemplo, dizer que "o mar é azul porque reflete a cor do céu e o céu é azul por causa do mar", "tudo o que é demais sobra", "exige-se de um trabalhador que tenha curso universitário para ser empregado, mas ele precisa ter um emprego para receber salário e assim custear as despesas do curso universitário; exige-se de um trabalhador que ele tenha experiência anterior em outros empregos, mas ele precisa do primeiro emprego para adquirir experiência" são afirmativas tautológicas.

Polissemia

("muitos" + "significados"), é o fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido além de seu sentido original, guardando uma relação de sentido entre elas. Exemplos: - Deixei-os de boca aberta. - A boca da garrafa está quebrada. Observe que há relação de "abertura", "orifício" da palavra boca em ambas as frases. É isso que torna a polissemia diferente da homonímia.

Idiossincrasia

("temperamento" + "peculiar" + "mistura") é uma característica comportamental ou estrutural peculiar a um indivíduo ou grupo. O termo também pode ser aplicado para símbolos. Símbolos idiossincrásicos são símbolos que podem significar alguma coisa para uma pessoa em particular, como uma lâmina pode significar guerra para alguém, mas para outro ela poderia simbolizar o sangramento de um cavaleiro. Pelo mesmo princípio, linguistas preconizam que palavras não são apenas arbitrárias, mas também importantes sinais idiossincrásicos.

Análise crítica do discurso

(ACD) É uma abordagem interdisciplinar ao estudo dos textos, que considera a "linguagem como uma forma de prática social" (Fairclough 1989: 20) e pretendem "desvelar os fundamentos ideológicos do discurso que se têm feito tão naturais ao longo do tempo que começamos a tratá-los como comuns, aceitáveis e traços naturais do discurso" (Teo 2000). Os livros de Norman Fairclough Language and Power (1989) e Critical Discourse Analysis (1995) articulam um quadro tridimensional para o estudo do discurso, "onde o propósito é mapear três formas separadas de análise em uma só: análise de textos (falados ou escritos), análise da prática discursiva (processos de produção, distribuição e consumo dos textos) e análise dos eventos discursivos como instâncias da prática sociocultural" (1995: 2). A ACD fundamenta-se no acesso desigual aos recursos linguísticos e sociais, recursos que são controlados pelas instituições. Os padrões de acesso ao discurso e aos eventos comunicativos são um elemento essencial para a ACD. Em termos de método, a ACD pode ser descrita genericamente como hiperlinguística ou supralinguística, no sentido de que as/os profissionais da ACD consideram o contexto discursivo de maneira não restrita ou o significado que existe além das estruturas gramaticais. Isto inclui a consideração dos contextos político e mesmo económico do uso da língua.

Dêixis

(Ou referência deíctica) é a associação conceitual entre uma ocorrência de uma palavra cujo significado depende do contexto, e a entidade que essa ocorrência representa. As palavras que rotineiramente manifestam a dêixis são chamadas de deícticos. Na língua portuguesa, os deícticos incluem os pronomes como "eu", "lhe", "isto"; os artigos como "o", "as"; a maioria dos advérbios de lugar e de tempo, como "hoje", "logo", "aqui", "perto"; as terminações verbais; e várias outras categorias, até mesmo certos verbos como "ir" e "vir". A dêixis de uma ocorrência de uma palavra em um discurso pode ser classificada de acordo com a maneira como ela é estabelecida: - Na dêixis ad oculos, o deíctico representa um elemento que é conhecido pelos interlocutores independentemente do discurso. Por exemplo, na sentença "isto é melhor que aquilo", as entidades representadas por "isto" e "aquilo" podem ser objetos ou fatos visíveis ao falante e ao ouvinte, e identificados por gestos do falante ou pelas distâncias relativas ao dois. - Na Ds anafórica, o deíctico representa uma entidade previamente mencionada no discurso, que o ouvinte pode identificar levando em conta restrições gramaticais (como gẽnero e número), estrutura gramatical do discurso, proximidade temporal, lógica e bom-senso. Por exemplo, na frase "comprei um carro e o vendi no mesmo dia", o pronome "o" na segunda metade se refere ao carro cuja compra foi anunciada na primeira metade. Na frase "fui professora deste colégio, mas já não o sou mais", o pronome "o" se refere ao predicativo "professora deste colégio". - Na Ds catafórica, o deíctico representa uma entidade que não foi mencionada antes, e é identificada apenas no seguir do discurso. Por exemplo, na frase "quando o encontrar, diga a José que me escreva", a identidade da pessoa representada pelo pronome "o" (José) só é definida após a ocorrência do pronome.

Onomástica

(ato de nomear, dar nome) É o estudo dos nomes próprios de todos os gêneros, das suas origens e dos processos de denominação no âmbito de uma ou mais línguas ou dialectos. Nascida na metade do século XIX, a O é considerada uma parte da linguística, com fortes ligações com a história e a geografia.

Hipocorístico

(chamar com voz suave) É uma palavra cuja formação fonética tem o objetivo de suavizar ou atenuar o som da palavra de que se origina. Originalmente consiste na repetição de sílabas de palavras que designam parentesco, como papá, mamã, vovó, titia, mano, etc. Por extensão, um hipocorístico pode ser também uma palavra derivada de um nome próprio, adotada com propósitos de diferenciação por intimidade, isto é, reservada ao tratamento por parte de familiares, amigos íntimos ou pessoas com quem haja uma relação afetiva. Em geral, mas nem sempre, consistem na forma reduzida do nome por apócope ou aférese, algumas vezes também no grau aumentativo ou diminutivo. Exemplos classicos são "Zé" ou "Zeca" para o prenome "José" e "Zefa" para o nome "Josefa".

Holonímia

(completo, inteiro, total + nomes) É a relação de hierarquia semântica entre palavras em que uma — holónimo — refere a unidade e a outra — merónimo — refere uma parte dessa mesma unidade ou todo. Por exemplo, corpo é um holónimo de braço, perna, cabeça... Um corpo tem braços, pernas, cabeça, mas um braço não tem um corpo.

Idiotismo

(expressão própria a uma língua ) É uma construção peculiar a determinada língua, que não se encontra na maioria dos outros idiomas, ou uma locução própria de uma língua, cuja tradução literal não faz sentido numa outra língua de estrutura análoga, por ter um significado não dedutível dos significados dos elementos que a constituem. Por exemplo: a expressão "a vaca foi para o brejo" (isto é, nada deu certo, tudo está perdido), se traduzida literalmente em outro idioma, perde o sentido.

Morfema

(gramatical) é um monema dependente, isto é, o fragmento mínimo capaz de expressar significado ou a menor unidade significativa que se pode identificar. As palavras, ao contrário do que pode parecer, não correspondem às menores unidades gramaticais da língua. Uma palavra como infelicidade, por exemplo, resulta da combinação de três elementos menores: - o prefixo: In - o radical: Felic- - o sufixo: -idade

Gentílico

(também chamados etnônimos/etnónimos e, quando adjectivos, adjectivos pátrios) É uma classe de palavras que designa um indivíduo de acordo com o seu local de nascimento ou residência - um grupo a parte de adjetivos derivados de substantivos relacionados a países, estados, continentes, regiões, províncias, cidades, aldeias, vilas e povoados. Os adjetivos pátrios não seguem um padrão para as suas terminações. Essa ausência de padrão se observa principalmente em nomes relativos às cidades. A maior parte deriva diretamente do nome do local em sua forma corrente ou então da etimologia toponímica. Exemplos que demonstram essa ausência de padrão: Lisboa: lisboeta, lisbonense, lisboês, lisbonês, lisbonino, olisiponense; Nova Iorque: nova-iorquino; Buenos Aires: bonaerense, buenairense ou portenho; Inglaterra: inglês; Paris: parisiense.

Logomania

1 Amor obsessivo e excessivo às letras, às palavras, ao estudo 2 Uso: pejorativo.querela em torno de coisas insignificantes. acto de falar compulsivamente sem parar, às vezes proferindo um discurso incoerente. Também chamada de logorreia, verbomania, verborreia ou verbosidade 3 Rubrica: psicopatologia. m.q. logorréia

Significado

1 Conteúdo semântico de um signo lingüístico; acepção, sentido, significação, conceito, noção 2 Na terminologia saussuriana, a face do signo lingüístico que corresponde ao conceito; conteúd

Logomaquia

1 Discussão gerada por interpretações diferentes do sentido de uma palavra; querela em torno de palavras 2 Derivação: por extensão de sentido. emprego de termos não definidos num discurso, numa argumentação; palavreado vão 3 Uso: pejorativo. Querela em torno de coisas insignificantes

Semiologia

1 Para Ferdinand de Saussure (1857-1913), ciência geral que tem como objeto todos os sistemas de signos (incluindo os ritos e costumes) e todos os sistemas de comunicação vigentes na sociedade, sendo a lingüística científica o seu ramo mais proeminente 3 Para L. J. Prieto, estudo de todos os sistemas de representação que têm a comunicação como função, privilegiando o funcionamento dos sistemas de signos não lingüísticos (numeração de ruas, de quartos em hotéis, códigos navais etc.) 4 Para Roland Barthes (1915-1980), estudo das significações que podem ser atribuídas aos fatos da vida social concebidos como sistemas de significação: imagens, gestos, sons melódicos, elementos rituais, protocolos, sistemas de parentesco, mitos etc. 5 Nas artes, estudo de fatos literários, teatrais, cinematográficos, artísticos, vistos sob o prisma de sistemas de signos

Toponímia

A T é o estudo dos nomes de lugar, da sua origem e evolução; além dos nomes de cidades e localidades a toponímia estuda: - Os hidrônimos, nomes de rios e outros cursos d'água, - Os limnônimos, nomes de lagos, - Os orônimos, nomes dos montes e outros relevos, - Os corônimos, nomes de subdivisões administrativas e de estradas. - Os exônimos, nomes de lugares em línguas estrangeiras em relação àquela falada no próprio lugar

Semiose

Foi o termo introduzido por Charles Sanders Peirce para designar o processo de significação, a produção de significados. Na semiologia ou na semiótica, a produção de significados, que procura relacionar a linguagem com outros sistemas de signos de natureza humana ou não: O processo de criação é um processo de semiose ilimitada. [Termo criado por Charles Sanders Peirce (1839-1914), filósofo, cientista e matemático americano.] O signo é o veículo de um qualquer fenômeno de S, que se pode definir como "todo o processo em que algo (veículo sígnico) funciona como sinal de um designatum (aquilo a que o sinal se refere), produzindo um determinado efeito ou suscitando uma determinada resposta (interpretante) nos agentes (intérpretes) do processo semiótico (...)" Referindo-se a qualquer tipo de ação do signo, a semiose gera e produz um interpretante de si mesmo, isto é, a semiose consiste na ação de determinar um interpretante. Todo ato de linguagem, seja ela artística ou não, enquanto ato de significação, implica uma S, que equivale à função semiótica, propriamente dita.

Significante

Imagem acústica que é associada a um significado numa língua, para formar o signo lingüístico [Segundo Saussure, essa imagem acústica não é o som material, ou seja, a palavra falada, mas sim a impressão psíquica desse som.]

Tabuísmo

Palavra, locução ou acepção tabus, consideradas chulas, grosseiras ou ofensivas demais na maioria dos contextos [São os chamados palavrões e afins, e referem-se ger. ao metabolismo (cagar, mijar, merda), aos órgãos e funções sexuais (caralho, pica, boceta 'vulva', colhão, cona, foder, pívia, crica, pachoucho etc.), incluem ainda disfemismos pesados como puta, veado, cabrão, paneleiro, expressões tabuizadas (puta que pariu) etc.]

Fala

Para Saussure, é um ato individual e está sujeito a fatores externos, muitos desses não linguísticos e, portanto, não passíveis de análise científica.

Homónimo

Que tem a mesma pronúncia (homófono) e/ou a mesma grafia (homógrafo), mas sentidos diferentes. Nome que se dá a uma palavra cuja pronunciação e/ou a forma de escrever é igual à de outra palavra, tendo, no entanto, significado diferente. Nome que se dá a um substantivo próprio, notadamente topónimos e nomes de pessoas, cuja grafia é idêntica. É o equivalente ao termo xará, no caso de nome de pessoa, termo proveniente do tupi *xa'ra (de xe rera, "meu nome") e popularizado na variante da língua portuguesa utilizada no Brasil.

Millianismo

Sobre os nomes próprios, é defender que os nomes têm denotação mas não têm conotação, o que significa que nomes têm referência e seu significado esgota-se na referência. Tal era a posição de John Stuart Mill. Alguns defensores contemporâneos do millianismo são também defensores de alguma variante da teoria da referência direta. Posições opostas, em geral conhecidas como descritivismo, costumam ser atribuídas a Gottlob Frege e Bertrand Russell. Há pelo menos dois problemas bem conhecidos, que remontam a Frege e a Russell, que um milliano tem que enfrentar: i) o problema do valor cognitivo, e ii) o problema do valor de verdade das atribuições de atitudes proposicionais. O primeiro, também conhecido como o quebra-cabeça de Frege, pode ser assim formulado. Parece que as seguintes frases (1) Cícero é Cícero e (2) Cícero é Túlio, são bastante diferentes em seu valor cognitivo. Contrariamente ao que acontece com (2), (1) é trivial, pobre em informação, e a priori. Mas, se a contribuição semântica de um nome, para as frases em que ocorrem, for apenas seu referente, então (1) e (2) parecem expressar a mesma proposição (e, se aceitamos proposições russellianas, então parece que as proposições expressas por (1) e (2) estão constituídas pelo mesmo indivíduo). O segundo problema, por sua vez, pode ser formulado assim. Parece que as seguintes atribuições de atitudes proposicionais, expressas pelas frases (3) Frege acredita que Cícero é Cícero e (4) Frege acredita que Cícero é Túlio, poderiam ser diferentes em seu valor de verdade: Frege poderia desconhecer por completo a história do famoso orador romano; em outras palavras, poderia bem ter sido verdade que (5) Frege não acredita que Cícero é Túlio. Entretanto, se o milliano estiver correto -- ou, pelo menos, se alguma modificação não for feita em sua tese original --, então parece que (3) e (4) expressam a crença de Frege na mesma proposição. Assim, ficaríamos sem explicar a diferença, no minímo aparente, do valor de verdade de (3) e (4).

Restritividade

Um adjetivo é dito ser R se restringe o substantivo ao qual se refere. Por exemplo, em "o carro azul é mais bonito do que o carro vermelho", azul e vermelho são restritivos, porque restringem quais carros carro e carro se referem. ("O carro é mais bonito do que o carro" faria pouco sentido). Por contraste, em "A bela esposa de João", bela é não-R, ou explicativo; presumindo que João tem apenas uma esposa. Modificadores Rs também são chamados de definidores, identificantes, essenciais, ou necessários; não-Rs são também chamados de explicativos, descritivos, etc. Em certos casos, geralmente quando a Rd é marcada pelo uso de vírgulas, modificadores restritivos são chamados de integrados e não-restritivos são chamados de não-integrados ou suplementares. Em geral, na língua portuguesa, a restritividade é marcada pela colocação dos adjetivos e pelo uso de vírgulas. Se um adjetivo é restritivo, ele vem depois do substantivo; se ele é explicativo, ele vem antes do substantivo. Se uma oração adjetiva é restritiva, ela vem integrada à oração principal, sem vírgulas; se ela é explicativa, ela vem isolada por vírgulas. Por exemplo: "As alunas talentosas tiraram dez na prova." - adjetivo restritivo; talentosas é necessário para saber que apenas algumas alunas (as que eram talentosas) tiraram dez na prova. Ele restringe o termo, por isso segue o substantivo. Outra maneira de dizer a mesma coisa que a frase acima seria "as alunas que eram talentosas tiraram dez na prova." - oração adjetiva restritiva; não vem isolada por vírgulas. "As talentosas alunas tiraram dez na prova." - adjetivo explicativo; talentosas não é necessário para saber quais alunas tiraram dez na prova, todas tiraram. Ele explica o termo, por isso precede o substantivo. Outra maneira de dizer a mesma coisa que a frase acima seria "as alunas, que eram talentosas, tiraram dez na prova." - oração adjetiva explicativa; vem isolada por vírgulas.

Epônimo

diz-se de, ou aquele ou aquilo que dá o seu nome a qualquer coisa ou pessoa. Ex.: Atena é o e. da cidade de Atenas

Semiótica

É a ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação. Ambos os termos são derivados da palavra grega σημεῖον (sēmeion), que significa "signo", havendo, desde a antiguidade, uma disciplina médica chamada de "semiologia" que é o sinônimo de Semiótica, a ciência geral dos signos que estuda todos os fenômenos de significação e foi usada pela primeira vez em Inglês por Henry Stubbes (1670), em um sentido muito preciso, para indicar o ramo da ciência médica dedicado ao estudo da interpretação de sinais. John Locke usou os termos "semeiotike" e "semeiotics" no livro 4, capítulo 21 do Ensaio acerca do Entendimento Humano

Linguística

É a ciência que estuda os fatos da linguagem. Para que possamos compreender o porquê de ela ser caracterizada como uma ciência, tomemos como exemplo o caso da gramática normativa, uma vez que ela não descreve a língua como realmente se evidencia, mas sim como deve ser materializada pelos falantes, constituída por um conjunto de sinais (as palavras) e por um conjunto de regras, de modo a realizar a combinação desses. No caso, importa especialmente insistir no caráter científico e não prescritivo do estudo: como o objeto desta ciência constitui uma atividade humana, é grande a tentação de abandonar o domínio da observação imparcial para recomendar determinado comportamento, de deixar de notar o que realmente se diz para passar a recomendar o que deve dizer-se".

Descritivismo

É a concepção que o conteúdo semântico de um nome próprio é uma condição descritiva -- ou conjunto de condições descritivas. Uma outra maneira de formular essa concepção é dizer que o significado de um nome próprio é dado por uma descrição definida ou conjunto de descrições definidas. Segundo uma leitura bastante conhecida -- a crítica de Saul Kripke em Naming and Necessity -- Gottlob Frege e Bertrand Russell teriam defendido o D. (que Kripke chama "a concepção de Frege-Russell"). Costuma-se contrastar essa posição a respeito das relações entre nomes e descrições com o millianismo. Por exemplo, se considerarmos o conteúdo de "Aristóteles" dado pela descrição "o último grande filósofo da antiguidade" : (1) Aristóteles gostava de cães, poderia ser considerada como equivalente à (2) O último grande filósofo da antiguidade gostava de cães, e interpretada, com respeito a uma situação contrafactual w , p.ex., em que Aristóteles não foi o último grande filósofo da antiguidade, como (3): (3) Em w, o último grande filósofo da antiguidade gostava de cães. Todavia, (3) é ambigua entre as seguintes interpretações: (4) [O x : x é o último grande filósofo da antiguidade] (Em w, x gostava de cães) (5) Em w [o último grande filósofo da antiguidade gostava de cães].

Interdiscurso

É a constituição de um discurso em relação a outro já existente, isto é, trata-se de um conjunto de ideias, organizadas por meio da linguagem, que se apropria, implícita ou explicitamente, de outras configuradas anteriormente. Para o teórico da literatura Gérard Genette, este conceito dialoga diretamente com a sua ideia de "arquitextualidade" , já que ambos explicitam a noção de que um discurso é tudo aquilo que põe um texto em relação com outros. Outro termo apontado por Gérard Genette que dá sentido ao conceito de Interdiscurso é o de hipertextualidade , o qual explica que todo discurso é construído por cima de outro anterior. Já, segundo Mikhail Bakhtin, o discurso reencontra o outro em todos os caminhos que levam a seu objeto, e um não deixa de entrar em relação viva e intensa com o outro nota, ou seja, esse princípio dialógico afirma que "o homem não possui um território interior soberano, ele está inteiramente e sempre em uma fronteira; olhando para o interior de si, olha nos olhos do outro ou através dos olhos do outro

Intertextualidade

É a criação de um texto a partir de outro já existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela é inserida. Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode ocorrer ou não em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor barroco italiano Caravaggio e a fotografia da americana Cindy Sherman, na qual quem posa é ela mesma. O quadro de Caravaggio foi pintado no final do século XVI, já o trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido quase quatrocentos anos mais tarde. Na foto, Sherman cria o mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da pintura, reunindo um conjunto de elementos: a coroa de flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sensualidade do ombro nu etc. A foto de Sherman é uma recriação do quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade na pintura.

Diacronia

É a descrição de uma língua ao longo de sua história, com as mudanças que sofreu. Estuda as relações entre termos que se substituem, por sucessão, ao longo do tempo. A D refere-se, portanto, à evolução da língua

Catacrese

É a figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver uma outra palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum; são como gírias do dia-a-dia, expressões usadas para facilitar a comunicação. Estabelecem comparação às situações em que são atribuídas, qualidades de seres vivos, a seres inanimados. Exemplos comuns são: "os pés da mesa", "marmelada de banana", "vinagre de maçã", "embarcar no avião", "cabeça do alfinete", "braço de rio", "dente de alho" etc. Consiste também em dar à palavra uma significação que ela não tem, por falta de termo próprio, empregando-as fora do seu significado real. No entanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que estão sendo usadas no sentido figurado. (Na verdade, catacrese ocorre quando há a troca do nome verdadeiro de um objeto ou ação por outro nome - Exemplo, trocar alça por asa da xícara. Isso pode ocorrer pelo fato de não existir um nome apropriado) Exemplos: - O pé da mesa estava quebrado. - Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida. - Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo. - A cabeça do prego está torta. - A asa da xícara quebrou-se. - Sentou-se no braço da poltrona para descansar - Ele já compôs a cabeça do samba.

Fonema

É a menor unidade sonora (fonológica) de uma língua que estabelece contraste de significado para diferenciar palavras. Por exemplo, a diferença entre as palavras PRATO e TRATO, quando faladas, está apenas no primeiro fonema: /P/ na primeira e /t/ na segunda. O fonema não pode ser confundido com letra. Enquanto o fonema é o som em si mesmo, a letra é a representação gráfica desse som. É bastante comum que um mesmo fonema seja representado por diferentes letras, como o caso do fonema /z/ que no português pode ser representado pelas letras S (CASA), Z (ZERO)

Etimologia

É a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem. Por outras palavras, é o estudo da composição dos vocábulos e das regras de sua evolução histórica. Algumas palavras derivam de outras línguas, possivelmente de uma forma modificada (as palavras-fontes são chamadas étimos). Por meio de antigos textos e comparações com outras línguas, os etimologistas tentam reconstruir a história das palavras - quando eles entram em uma língua, quais as suas fontes, e como a suas formas e significados se modificaram.

Paralinguística

É a parte da linguística que estuda os aspectos não-verbais que acompanham a comunicação verbal. Em outras palavras, é o estudo da paralinguagem . Estes aspectos incluem o tom de voz, o ritmo da fala, o volume de voz, as pausas utilizadas na pronúncia verbal, e demais características que transcendem a própria fala. O estudo da P permite-nos perceber mais claramente as razões por que extraímos o significado não apenas do conteúdo literal das palavras, mas também da maneira como elas são expressas.

Signo Linguístico

É algo que é usado, referido ou tomado no lugar de outra coisa (aliquid pro aliquo). A palavra signo, portanto, pode abarcar desde os "signos naturais", também chamados de índices ou sintomas, como as nuvens carregadas e a fumaça, que indicam (são índices de) chuva e fogo, respectivamente; até os signos substitutivos (ícones), como a maquete de um edifício, a planta de uma casa ou o retrato de uma pessoa e os símbolos (a bandeira de um país, a suástica, a estrela de David, etc.).1 O S.L é, em contrais às nuvens carregadas da chuva e à fumaça, um signo artificial. Por outro lado, o S.L é o signo propriamente dito, em oposição aos signos com expressão derivativa, como os sinais, os signos substitutivos e os símbolos, mencionados anteriormente. O S.L é artificial pois remonta uma relação arbitrária entre um significado e um significante, como descrito por Ferdinand de Saussure, em seu Curso de Linguística Geral. Saussure definiu o signo linguístico como o formativo da relação (sua formante) entre um conceito e uma imagem sonora. Tanto conceitos, como imagens sonoras, são entidades mentais. A imagem acústica (ou sonora) "não é o som material, físico, mas a impressão psíquica dos sons, perceptível quando pensamos em uma palavra, mas não a falamos". Ao pensarmos na linguagem verbal, tendo a língua como código, os signos linguísticos são, então, os responsáveis pela representação das ideias, sendo esses signos as próprias palavras que, por meio da fala ou da escrita, associamos a determinadas ideias. A relação entre esses dois formantes do signo, então, é uma função indissociável e definidora de seus funtivos.3 Esquematicamente, um signo consiste em: um conceito - ou seja, o significado (signifié) uma imagem acústica - ou seja, o significante (signifiant), ou forma fonológica em termos generativos. Em termos simples, um signo é toda unidade portadora de sentido.

Monema

É na terminologia de André Martinet (1908 - 1999), unidade significativa mínima elementar, ou uma unidade linguística da primeira articulação. É uma unidade com um significado e um significante, que é a manifestação do primeiro.

Morfologia

É o estudo da estrutura e formação das palavras. Ao estudar M, estudamos a formação de palavras através de elementos morfológicos (ou Mórfico), que são as unidades que formam uma palavra. Alguns elementos morfológicos são: radical, tema, vogal temática, vogal ou consoante de ligação, afixo, desinência (nominal ou verbal). Em linguística, no nível de análise morfológica encontramos duas unidades formais: a palavra e o morfema.

Sincronia

É o estudo das relações entre termos coexistentes de um estado de língua. Segundo Ferdinand de Saussure "é sincrônico tudo quanto se relacione com o aspecto estático da nossa ciência; é diacrônico tudo que diz respeito às evoluções."

Antroponímia

É o estudo dos nomes próprios das pessoas, sejam prenomes ou apelidos de família (português europeu) ou sobrenome (português brasileiro), e que tem grande relevância para a história política, cultural, das instituições e das mentalidades.

Externalismo semântico

É o nome que se costuma dar à teoria do filósofo Hilary Putnam acerca do significado de termos que designam espécies naturais. Segundo Putnam, não podemos aceitar ao mesmo tempo que (1) conhecer o significado de um termo é estar em determinado estado psicológico e (2) que o significado de um termo determina sua extensão. Para resolver esse conflito Putnam abandona a primeira tese. Logo, segundo Putnam conhecer o significado de um termo não é estar em determinado estado psicológico. Putnam chega a esse resultado através do experimento mental da Terra Gêmea. Nesse experimento se apresenta dois sujeitos cujos estados físicos internos são indistinguíveis, embora usem uma mesma palavra com significados distintos. Parece que essa possibilidade somente pode ser explicada por meio do externalismo semântico: O estado psicológico do sujeito, considerado isoladamente do ambiente, não determina o significado dos termos que ele utiliza. O que o faz é a relação do sujeito com o ambiente que se efetiva no uso da linguagem.

Dialogismo

É o que Mikhail Bakhtin define como o processo de interação entre textos que ocorre na polifonia; tanto na escrita como na leitura, o texto não é visto isoladamente, mas sim correlacionado com outros discursos similares e/ou próximos. Em retórica, por exemplo, é mister incluir no discurso argumentos antagônicos para poder refutá-los. Assim se da a partir da noção de recepção/compreensão de uma enunciação o qual constitui um território comum entre o locutor e o locutário. Pode se dizer que os interlocutores ao colocarem a linguagem em relação frente um a outro produzem um movimento dialógico. Segundo Bakhtin, o diálogo pode ser definido como "toda comunicação verbal, de qualquer tipo que seja". A palavra chave da linguística bakhtiniana é diálogo.

Linguagem

É tanto à capacidade especificamente humana para aquisição e utilização de sistemas complexos de comunicação, quanto à uma instância específica de um sistema de comunicação complexo . O estudo científico da L, em qualquer um de seus sentidos, é chamado linguística . A palavra L tem pelo menos dois significados fundamentais: a linguagem como um conceito geral; e a L como um sistema linguístico específico (língua portuguesa, por exemplo). Em português, se utiliza a palavra L como um conceito geral e a palavra língua como um caso específico de L. Em francês, o idioma utilizado pelo linguista Ferdinand de Saussure (o primeiro que explicitamente fez essa distinção), existe a mesma distinção entre as palavras langage e langue . Quando se fala da L como um conceito geral, várias definições diferentes podem ser utilizadas ​​para salientar diferentes aspectos do fenômeno . Estas definições implicam também diferentes abordagens e entendimentos daL, distinguindo as diversas escolas da teoria linguística.

Campo semântico

É um conjunto de palavras unidas pelo sentido1 . Por exemplo, o campo semântico de mãe inclui: mãe-de-família, mãe-de-santo, mãe solteira, terra-mãe, mãe-de-água,... Deve-se evitar a confusão entre campo semântico e campo associativo ou conceptual, porque este não dá conta das relações linguísticas entre os termos considerados. O campo semântico é, pois, toda a área de significação de uma palavra ou de um grupo de palavras. Se quisermos descrever o campo semântico da palavra luva, por exemplo, incluiremos nele todas as possibilidades semânticas como: luvaria, luveiro, assentar como uma luva, atirar a luva, de luva branca, deitar a luva, macio como uma luva.

Paradoxo de Frege

É um problema de semântica e epistemologia. Em "Sobre o Sentido e a Referência" (1892) Frege apresenta um quebra-cabeça envolvendo semântica e epistemologia, e também uma solução para o mesmo. O quebra-cabeça envolve sinônimos e a possibilidade uma pessoa conhecer a relação de sinonímia. Vejamos um exemplo. Os nomes "Cícero" e "Túlio" designam exatamente a mesma pessoa, o filósofo e orador romano autor de Do Destino. Todavia, as frases "Cícero é Cícero" e "Cícero é Túlio" não tem o mesmo valor cognitivo. "Cícero é Cícero" é uma frase desinteressante que simplesmente expressa a identidade de uma coisa consigo mesma (lei de Leibniz). "Cícero é Túlio", por outro lado, tem valor informativo. Uma pessoa que descobre que "Cícero" e "Túlio" designam a mesma coisa não está meramente descobrindo a relação de identidade que uma coisa tem consigo mesma, pois isso ela já sabia, ao menos implicitamente. Mas, como podem as duas frases serem diferentes do ponto de vista informativo, visto que os nomes envolvidos designam a mesma coisa? (Essa indagação representa um desafio para a concepção a respeito dos nomes conhecida como millianismo . ) A solução proposta por Frege para o problema consiste em articular o significado dos designadores em dois elementos, o sentido (Sinn) e a referência (Bedeutung). (Posição que pode ser contrastada, e.g., com a de Bertrand Russell a partir de "On Denoting" (1905).) Os nomes "Cícero" e "Túlio" têm a mesma referência, o filósofo romano. Mas não têm o mesmo sentido, ou valor cognitivo. É por isso que quem diz "Cícero é Túlio" não está dizendo algo trivial.(Contra a tese de que nomes têm sentido -- uma espécie de descritivismo -- Saul Kripke se insurgiu em Naming and Necessity.)

Sinal

É um signo "causado ou utilizado especialmente para suscitar uma reação pré-combinada e acordadada, quer em grupo, quer individualmente, sob a forma de manifestações definidas da atividade humana". Os Ss são signos que "levam os homens a uma ação, levam-nos a fazer ou não fazer alguma coisa. [...] O sinal é resultado de acordo explícito, válido para um certo grupo de pessoas; seu propósito é o de modificar, iniciar ou sustar uma ação; só é usado quando se pretende provocar o comportamento humano que ele deve suscitar." Exemplos de Ss são: as placas de trânsito, o apito do juiz que paralisa o jogo, a sirene que faz começar ou parar o trabalho, etc.

Designador rígido

É um termo que se refere à mesma coisa em todos os mundos possíveis. Algumas vezes distingue-se dois sentidos de rigidez: 1) rigidez kripkeana, segundo a qual um termo é rígido se designa à mesma coisa em todos os mundos em que tal coisa exista, e 2) rigidez kaplanesca, segundo a qual um termo é rígido se designa a mesma coisa em todos os mundos, exista ou não a coisa naquele mundo. Obviamente, essas duas noções estão associadas, respectivamente, à Saul Kripke e à David Kaplan -- ambos figuras centrais para se compreender o que veio a se chamar teoria da referência direta (a despeito das reiteradas ocasiões em que Kripke nega estar propondo alguma teoria). Nomes são designadores rígidos. Descrições definidas normalmente não (p.ex., a descrição "o número primo par" é rígida, pois designa a mesma entidade em todos os mundos possíveis.). Um nome designa a mesma coisa em todas as situações. Por exemplo, o nome 'Aristóteles' designa a mesma pessoa na nossa situação, na qual ele foi um filósofo, e também em situações contrafatuais, nas quais ele não foi um filósofo.

Retrônimo

É um tipo de neologismo gerado pela modificação do nome original de um objeto ou conceito para diferenciá-lo de uma versão mais recente do mesmo. Boa parte dos retrônimos são criados em função de um avanço da tecnologia, que adiciona um adjetivo ou modificador ao nome do novo objeto ou conceito criado, gerando a necessidade de um adjetivo contrário ou complementar para ser adicionado ao original. O termo R (em inglês, retronym) foi criado por Frank Mankiewicz em 19801 , e popularizado por William Safire no The New York Times . A palavra R em si é um neologismo. Exemplos comuns de Rs são: - A Guitarra acústica, assim chamada apenas depois do surgimento da guitarra elétrica. - A Primeira Guerra Mundial, chamada "a Grande Guerra" ou "a Guerra Mundial" até que houve a segunda. - O Telefone fixo, que era apenas telefone até a invenção e difusão do telefone móvel.

Símbolo

É um tipo de signo em que o significante (realidade concreta) representa algo abstracto (religiões, nações, quantidades de tempo ou matéria, etc.) por força de convenção, semelhança ou contiguidade semântica (como no caso da cruz que representa o Cristianismo, porque ela é uma parte do todo que é imagem do Cristo morto). Adam Schaff, desenvolveu uma classificação geral dos signos.1 Sendo um signo, "símbolo" é sempre algo que representa outra coisa (para alguém).

Língua

É uma construção coletiva, um sistema de valores que se opõem uns aos outros e que está depositado, como produto social, na mente de cada falante de uma comunidade. Assim, possui homogeneidade e não varia entre os sujeitos de um grupo linguístico-social, estando capacitada a ser o objeto do estudo linguístico.

Análise de conteúdo é

É uma metodologia para as ciências sociais para estudos de conteúdo em Comunicação e textos que parte de uma perspectiva quantitativa, analisando numericamente a frequência de ocorrência de determinados termos, construções e referências em um dado texto. Em Comunicação, é freqüentemente usada como contraponto à análise do discurso, eminentemente qualitativa. Assim incide sobre várias mensagens, desde obras literárias, até entrevistas. O investigador tenta construir um conhecimento analisando o "discurso", a disposição e os termos utilizados pelo locutor. O investigador necessita assim de utilizar métodos de análise de conteúdo que implicam a aplicação de processos técnicos relativamente precisos, não se devendo preocupar apenas com aspectos formais, estes servem somente de indicadores de actividade cognitiva do locutor.

Hiperônimo

É uma palavra que pertence ao mesmo campo semântico de outra mas com o sentido mais abrangente, podendo ter várias possibilidades para um único hipônimo. Por exemplo, a palavra flor está associada a todos os tipos de flores: rosa, dália, violeta, etc Hipônimo têm sentido mais restrito que os H, ou seja, hipônimo é um vocábulo mais específico. Por exemplo: Observar, examinar, olhar, enxergar são hipônimos de ver. H. e hipônimo são dois termos usados pela semântica moderna. São elementos importantes na coesão do texto evitando repetições através da retomada de ideias anteriores..

Análise do discurso

É uma prática e um campo da linguística e da comunicação especializado em analisar construções ideológicas presentes em um texto. É muito utilizada, por exemplo, para analisar textos da mídia e as ideologias que os engendram. A análise do discurso é proposta a partir da filosofia materialista que põe em questão a prática das ciências humanas e a divisão do trabalho intelectual, de forma reflexiva. De acordo uma das leituras possíveis, discurso é a prática social de produção de textos. Isto significa que todo discurso é uma construção social, não individual, e que só pode ser analisado considerando seu contexto histórico-social, suas condições de produção; significa ainda que o discurso reflete uma visão de mundo determinada, necessariamente, vinculada à do(s) seu(s) autor(es) e à sociedade em que vive(m). Texto, por sua vez, é o produto da atividade discursiva, o objeto empírico de análise do discurso; é a construção sobre a qual se debruça o analista para buscar, em sua superfície, as marcas que guiam a investigação científica. É necessário porém salientar, que o objeto da análise do discurso é o discurso.

Sintagma

É uma unidade sintática, composta por um ou mais vocábulos que forma orações. Na língua portuguesa, existem Ss verbais e os nominais, de acordo com o núcleo do S.

Idioleto

É uma variação de uma língua única a um indivíduo. É manifestada por padrões de escolha de palavras e gramática, ou palavras, frases ou metáforas que são únicas desse indivíduo. Cada indivíduo tem um idioleto; o arranjo de palavras e frases é único, não significando que o indivíduo utiliza palavras específicas que ninguém mais usa. Esta variação pode evoluir facilmente para um ecoleto - uma variação de dialeto específica a uma família de indivíduos.


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